20/02/13

passear anjinhos ou diabinhos

Ter animais que não são nossos nas nossas mãos é uma enorme responsabilidade. Os dog walkings da Trela não são feitos de forma descontraída como quando saio para passear com a minha cadela.  Tenho de estar sempre com atenção ao que se se está a passar à minha volta.

Isto é muito importante, porque na Trela e Companhia procuramos evitar correr riscos desnecessários para garantir a máxima segurança. Acidentes acontecem em meros segundos e é fundamental ter atenção a todos os detalhes. Quem achar que passear cães dos outros é andar por aí a "lourear a pevide" de trela de mão está muito enganado.

Em primeiro lugar, falamos com os donos a priori, para saber o que os cães não gostam ou não os faz sentir confortáveis: motas, outros cães, carros do lixo, pessoas com chapéus, óculos escuros, muletas, guarda-chuvas..etc etc.

Depois damos sempre o benefício da dúvida e lugar à cautela. Quantas vezes os donos dizem "ah.. o meu bobi é um querido, uma paz de alma.. não faz mal a uma mosca" e depois saímos a rua com ele e o anjinho de quatro patas mostra bem os dentes a qualquer coisa que não gosta.. pois é. O seguro morreu de velho e é ver para crer. Nunca sabemos quando sai a fera debaixo da pele de cordeiro. O contrário também acontece! "ah o meu cão é uma fera, tem muito mau feitio e sai de casa pronto para morder a primeira pessoa que passar na rua" e depois o que encontramos é um cão que precisa de distância porque é inseguro ou reactivo a outros cães/coisas. Mas na verdade a "fera" passeia lindamente connosco quando temos os devidos cuidados.

E estudar comportamento animal ajuda pois sabemos ver o que desencadeia os comportamentos e a saber como lidar com eles. O sucesso de um bom passeio acontece abaixo do treshold e gerimos os passeios com base na distância :)

Sempre que passamos o treshold e o cão desata a ladrar, rosnar, puxar na trela. Só há uma coisa a fazer, afastar-nos do estímulo que provocou tal reacção e focar o cão noutra coisa o mais rápido possível. Porquê que tenho normalmente biscoitos no bolso? para dar sempre que necessário e quando eles se portam bem. E neste caso o portar bem é muitas vezes é premiar o cão por vir comigo quando mudo de direcção, o chamo e peço para olhar para mim. Dar-lhe um biscoito é a recompensa por responder ao comportamento que lhe pedi, a "desligar-se" do estímulo e a focar-se em mim. Os cães não têm ligação nenhuma comigo, por isso pergunto sempre aos donos se posso dar-lhes biscoitos ou ração nos passeios. de forma simples vamos criando ligação com os cães sempre baseada no reforço positivo.

Adoramos passear e os cães ainda mais. Por isso é que é importante promover um passeio sem stress para o cão.
A cara boa deles quando chegam a casa de língua de fora direitinhos à tigela da água.. esse é o nosso objectivo!
Dog trainning illustrations http://doggiedrawings.net
Behavior Adjustment Trainning http://ahimsadogtraining.com

2 comentários:

  1. Gostei imenso! Uma coisa é certa é necessário estabelecer uma boa relação com o animal, se assim não for ele não se focaliza em si, nem no biscoito.

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    1. Se ele não aceita o biscoito é porque está em stress. temos de o levar para um outro lado em que esteja mais confortável ajudando a que se acalme. Estabelecemos sempre uma relação baseada em experiências positivas com os cães para isso mesmo. Sejam festas, palavras doces ou mesmo coisas boas como brinquedos ou comida.
      Assim, olham para nós quando chamamos, escolhem vir connosco, confiam em nós. Levar a ração e alimentar o cão à mão na rua é um exercício simples e que ajuda a reforçar os laços que criamos com os miúdos. Sugiro aos donos que façam a experiência. Há inclusive jogos muito engraçados para se fazer e tudo.

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